Milho

SC estima perdas de 43% no milho e de cerca de 30% na soja

As chuvas irregulares e mal distribuídas em dezembro e janeiro em Santa Catarina podem acarretar perda média de 43% na safra do milho e de cerca de 30% na de soja. As estimativas foram divulgadas hoje (21) pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Cepa). A entidade ainda alerta que a continuidade da estiagem e das altas temperaturas pode aumentar ainda mais as perdas.

Milho

A estiagem iniciou após em 20 de novembro, quando mais de 50% das lavouras de milho estavam em fase de floração, período sensível à falta de umidade no solo. Inicialmente, o estado previa uma produção de 2,79 milhões de toneladas do grão na primeira safra. A área cultivada no estado se estabiliza em cerca de 330 mil hectares, de acordo com o Infoagro.

O impacto no rendimento das lavouras é diferente em cada região, de acordo com déficit hídrico, conforme o engenheiro-agrônomo da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias. “A redução da produtividade é muito variável, sendo estimada entre 20 a 80% entre as microrregiões geográficas. Em várias regiões o efeito da estiagem acarreta perdas na produção acima de 40%”, explica. As regiões do Oeste, extremo Oeste e Planalto Norte são as que mais sofrem com a falta de chuva.

O preço da saca do milho em Santa Catarina está em cerca de R$95,00.

Soja

A Epagri/Cepa estima perdas de cerca de 30% na produção de soja em Santa Catarina. A estimativa inicial estava projetada em 2,63 milhões de toneladas em 698 mil hectares (primeira safra).

As regiões catarinenses onde se concentram a maior área de cultivo são Canoinhas, Xanxerê e Curitibanos/Campos Novos, que somam mais de 55% do total cultivado no estado. Os prejuízos são diferenciados entre as regiões em função do calendário de plantio. A soja de ciclo precoce foi a mais afetada, em função do período crítico da estiagem ocorrer na fase de floração (período mais sensível à falta de umidade no solo). Esses cultivares têm menor tempo de recuperação. As altas temperaturas potencializaram os danos, provocando queima das folhas e encurtamento do ciclo da planta.

No início de 2022, os preços estão sendo orientados por fatores que apontam para a elevação das cotações. A forte estiagem no Sul e excessos de chuvas no Oeste da Bahia e Tocantins devem impactar na produção nacional.

Fonte: Epagri/Cepa