O Rio Grande do Sul encara neste momento a terceira safra consecutiva com estiagem e déficit de precipitação. “São praticamente três anos em que os nossos solos não recebem o volume de chuvas adequado para repor os lençóis freáticos, rios e reservatórios”, ressalta a meteorologista e consultora do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jossana Ceolin Cera. Os efeitos dessa situação são cada vez mais graves e afetam mais culturas conforme o tempo passa e as chuvas não chegam
Na safra 2021/2022, as perdas na maioria das lavouras de milho já são irreversíveis. A soja já sofre com atrasos e replantios. Agora, a estiagem ameaça os arrozais, que até o momento vinham se beneficiando da situação climática. “O que preocupa é o nível dos reservatórios, que estão baixando rapidamente, devido à elevada demanda por irrigação das lavouras e, também, devido às altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e ventos, que fazem aumentar a evaporação da água”, explica a consultora.
O momento é de pessimismo e esperança. As previsões indicam para mais três meses com chuvas abaixo da média. “A exceção, e também esperança, é o mês de janeiro, em que alguns modelos sinalizam melhora nos volumes de precipitação”, ressalta Jossana. Ainda assim, até 13 de janeiro, a previsão é de poucos dias de chuvas e elas deverão ocorrer em baixo volume e mal distribuídas entre as regiões do estado.
“Logo, a expectativa de bons volumes de precipitação fica para a segunda quinzena do mês de janeiro. Em fevereiro e março, os modelos preveem que as chuvas irão ficar abaixo da média novamente”, finaliza a meteorologista.