Um novo levantamento da Rede Técnica Cooperativa (RTC) do Rio Grande do Sul deve ser divulgado nos próximos dias com novas estimativas sobre os prejuízos da estiagem nas lavouras de milho. Em entrevista ao vivo com o Portal Destaque Rural, nesta terça-feira (14), um dos responsáveis pela pesquisa adiantou que as perdas médias já passam de 50%.
“O número assusta bastante porque nós tivemos um percentual considerável de aumento. Posso adiantar que hoje essa média para as áreas de sequeiro é superior a 50%. Nós temos áreas e regiões de atuação, em algumas cooperativas, onde o prejuízo está na casa de 95% a 100%. São raras as exceções de regiões onde as chuvas ocorreram em uma intensidade e frequência melhor. Mas de fato, todas as regiões possuem prejuízos”, revelou Geomar Corassa, gerente de pesquisa e tecnologia do grupo CCGL.
No último levantamento, divulgado em 01º de dezembro, as lavouras de milho do estado sob condições de sequeiro acumulavam perdas médias na produtividade de 29,4%, chegando a 80% em algumas regiões. Atualmente, segundo Corassa, nenhuma das cooperativas participantes da pesquisa têm perdas inferiores a 30%. Ao todo, participaram do último levantamento 20 cooperativas ligadas à RTC, as quais representam parte significativa da safra de milho do Estado.
O problema também se agravou nas áreas irrigadas. Na última pesquisa, as perdas médias eram próximas a 4%. Hoje, a média é superior a 10% na área de atuação das cooperativas. “A gente precisa ponderar que a irrigação demanda volumes consideráveis de água, nem sempre os reservatórios conseguem suprir toda essa necessidade. e há de se relevar também que estamos com um período muito longo de estiagem”, lembra Corassa.
Previsão
Além da falta de chuvas, a alta temperatura também prejudica a cultura. E apesar das precipitações retornarem, elas ainda não são regulares. “A chuva retornou, mas não de forma uniforme, não são todas as regiões que receberam chuva”, explica Corassa. A expectativa é de que mais regiões registrem chuvas entre hoje e amanhã (15).
A previsão para dezembro, no entanto, é de mais um mês com chuvas abaixo da média. “Nós precisaríamos ter um montante mais elevado para tentar contornar mesmo que minimamente esse problema na cultura do milho e para garantir o bom estabelecimento na cultura da soja, que nós também estamos com a semeadura bastante atrasada”, destaca o pesquisador.