Economia

Cooperativismo agropecuário gaúcho deve encerrar ano com alta no faturamento

O cooperativismo agropecuário gaúcho teve um desempenho considerado positivo no faturamento das cooperativas em 2021. Números até o mês de setembro apresentavam uma alta de 49,2% em relação ao ano anterior, o que representa um aumento nominal nos resultados. A informação é da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS).

Entretanto, o percentual de resultado deverá ser menor. A causa são os altos custos enfrentados durante a pandemia e com a elevação generalizada dos insumos no ano de 2021.

Paulo Pires, presidente da FecoAgro/RS avalia o ano DO cooperativismo gaúcho | Foto: Nestor Tipa Júnior/Divulgação

De acordo com o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, o ano começou com uma frustração da safra de milho, seguida de uma bela safra de soja com bons preços e uma safra de trigo com liquidez e exportações. No caso do cereal de inverno, na avaliação do dirigente, talvez este seja o melhor ano no Rio Grande do Sul até hoje.

Neste ano, o trigo terá um recorde de 3,5 milhões de toneladas, ante às 2,1 milhões de toneladas do ano passado, conforme a Federação. Além disso, a exportação nesta temporada chega a 2 milhões de toneladas já contratadas. “Todos estão realizados com isso, o que traz uma perspectiva boa e com rentabilidade porque o custo não foi tão alto. E ano que vem temos que nos credenciar como player e dizer que o Rio Grande do Sul tem trigo de determinada qualidade e precisamos plantar para não deixar o importador na mão, pois ele vai querer comprar novamente”, observa o presidente da FecoAgro/RS.

Milho

A preocupação no momento é com a produção de milho. Devido à falta de chuvas, a quebra projetada era de 29,2%, segundo números da Rede Técnica Cooperativa (RTC) de 29 de novembro. No entanto, o total deve passar de 50%. O fato, conforme cálculos da FecoAgro/RS, deve trazer uma perda econômica de R$ 2 bilhões se considerando o volume perdido e o preço pago aos produtores para as cooperativas que estava em R$ 81,00 naquele momento. A solução, para o presidente da FecoAgro/RS, passa pela irrigação.

“Temos insistido que o Rio Grande do Sul tem muita dificuldade para a produção de milho para a indústria de proteína animal, além de ser importante agronomicamente para a soja. Mas o clima traz um risco muito grande e estamos nos encaminhando para mais uma frustração. Quem vai colher milho são os que mantêm áreas irrigadas, por isso precisamos ter uma conversa com perspectivas para ver como podemos mudar essa celeridade de reservação de água no Rio Grande do Sul e aumentarmos nossa área irrigada de milho”, avalia.

SmartCoop

Em relação às atividades junto às cooperativas, a Federação destaca o lançamento da plataforma SmartCoop, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento das cooperativas agropecuárias e incentivar a intercooperação. Esta inovação garantiu a primeira compra conjunta de insumos por cooperativas.

Fonte: FecoAgro/RS