Com o avanço da colheita norte-americana houve um aumento na disponibilidade de soja no mercado internacional, o que acabou pressionando as cotações no mercado brasileiro. “Durante a primeira quinzena, o cenário foi mais pressionado. O preço da saca chegou a R$ 160, no Porto de Paranaguá. E o câmbio um pouco mais tranquilo influenciando nesses preços mais frouxos”, informa o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri.
Na segunda quinzena, o relarório WASDE (oferta e demanda) do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), revisou para baixo a expectativa de produção. “As expectativas iniciais giravam em torno de 121 a 122 milhões de toneladas, e passou para 120 milhões de toneladas”, ressalta.
Com isso os preços começaram a vir numa toada mais firme no mercado brasileiro. “A referência retomou a firmeza, negociada no Porto de Paranaguá por R$ 167 a saca, chegou a R$ 172 no fim do mês. Um recuo de 2,7% no acumulado desse mês”, explica Fabbri.
Para os próximos dias a tendência é que os preços sigam pressionados. “Essa maior disponibilidade no mercado internacional e o câmbio, dependendo do ritmo, deve pressionar mais a referência para cima, dando uma sustentada com relação aos preços”, salienta o especialista.
Semeadura
A semeadura no Brasil está com ritmo bem acelerado, “92% da área já está semeada, no ano passado nós estávamos em torno de 86% nesse mesmo período. O centro-oeste está praticamente todo plantado, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já com 100% da área; e Goiás está um pouco mais atrasado com 94% a 95%, porém, com um bom ritmo de plantio, levando em consideração o comparativo dessa safra, com a safra passada”, informa.
No Paraná a semeadura já encerrou, e as condições das lavouras estão positivas. “Em torno de 95% das lavouras estão em boas condições; o clima esse ano tem colaborado no ritmo dos trabalhos no campo. Isso somado a esse aumento da disponibilidade, deve pressionar as cotações para baixo no curto prazo. Por outro lado, o câmbio e essa menor oferta do grão nos Estados Unidos, podem sustentar as cotações, mas, tendo o câmbio como fator principal de sustentação; dando um contrapondo a esse cenário mais baixista”, finaliza Fabbri.
Texto: Larissa Schäfer