A disseminação da resistência aos antimicrobianos (AMR) é um desafio para a saúde pública
Começa hoje (18) a Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos (WAAW 2021 – sigla em inglês). A Campanha busca alertar sobre o problema da disseminação da resistência aos antimicrobianos (AMR). Ela ocorre quando microrganismos, como as bactérias, por exemplo, se tornam resistentes aos medicamentos de tratamento. A AMR já gera reflexos na saúde humana e animal, que ainda devem se agravar se a situação não for revertida.
A Semana é promovida pela Aliança Tripartite – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Organização Mundial de Saúde (OMS). O slogan deste ano é ‘Antimicrobianos: Manuseie com Cuidado – compartilhe o alerta, detenha a resistência!’.
A campanha é realizada todos os anos no mês de novembro. Ela visa sensibilizar, no contexto da Saúde Única, a conscientização global e incentivar as melhores práticas entre o público em geral, estudantes, trabalhadores da saúde e formuladores de políticas para evitar o surgimento e a disseminação da AMR.
“Os antimicrobianos são medicamentos utilizados no tratamento de infecções, principalmente as de origem bacteriana, e são essenciais para a preservação da saúde humana e animal, bem como do bem-estar animal. Para preservar a eficácia desses valiosos medicamentos é fundamental que seja garantindo o seu uso responsável e prudente”, orienta o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes.
Resistência aos antimicrobianos
A resistência aos antimicrobianos (AMR) é um dos maiores desafios para a saúde pública, com impacto na saúde humana e animal. Estima-se que se nada for feito para reverter essa situação, a AMR em 2050 será responsável por 10 milhões de mortes anuais em humanos. Portanto, ela pode se tornar mais letal até mesmo do que o câncer.
Além de mortes de humanos e animais, há também prejuízos econômicos causados pela AMR. Isso ocorre pela redução na produtividade e pelo aumento de custo de internações e tratamentos, entre outros. Segundo dados da FAO, US$ 1,2 trilhão de gastos adicionais com saúde por ano é esperado até 2050 devido ao aumento da resistência aos antimicrobianos. E, dentre as principais causas para o aumento da AMR, pode-se destacar o mau uso de medicamentos antimicrobianos veterinários e humanos.
“A conscientização dos médicos veterinários, técnicos, produtores, e sociedade em geral sobre a obrigatoriedade de prescrição para antimicrobianos de uso veterinário, sobre a importância do uso racional de antimicrobianos em animais, e sobre a necessidade de uma efetiva implementação de boas práticas e bem-estar na produção animal, são desafios prioritários no trabalho de enfrentamento à resistência aos antimicrobianos no Brasil e no mundo”, destaca o chefe da Divisão de Programas Especiais da coordenação-geral de Produtos de Uso Veterinário, Diego Brito.
No Brasil é obrigatório a prescrição veterinária para a comercialização dos produtos antimicrobianos de uso veterinário. A regulamentação foi estabelecida pela Instrução Normativa Mapa nº 26/2009, e para os produtos destinados à alimentação animal contendo esses medicamentos, de acordo com a Instrução Normativa SDA/Mapa nº 65/2006.
Programação
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizará, no dia 22/11, o evento virtual: “A Força-Tarefa do Codex Alimentarius para Resistência aos Antimicrobianos terminou. E agora?”, com transmissão pelo Youtube. A ação é promovida em parceria com a Aliança e o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa).
Já nos dias 23 e 24/11, será realizado outro evento virtual em conjunto com o Ministério da Saúde, Anvisa e Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS), a partir das 15h.
A programação completa da Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos e links para acesso aos eventos estão disponíveis no site do Ministério da Agricultura.
Fonte: Mapa