Mercado

Arroz: projeção de preços firmes e de retração no consumo e exportação

A perspectiva é de leve retração do estoque de passagem para 2,0 milhão de toneladas ao final de 2023.

Os preços do arroz em casca começaram novembro firmes, conforme apontam dados do Cepea. Esse cenário está atrelado à maior demanda doméstica e tem sido observado mesmo com o baixo ritmo de negócios efetivos nos últimos dias – visto que produtores estão resistentes.

De 31 de outubro a 8 de novembro, o Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) subiu 1,4%, encerrando a R$ 81,28/sc de 50 kg no dia 8.

Exportações

Os embarques do arroz brasileiro em base casca atingiram volume e receita recordes em outubro/22, considerando-se toda a série histórica da Secex, iniciada em 1997. Segundo a Secretaria, o Brasil exportou 387 mil toneladas do cereal, superando o volume mais alto da série até então, de 316,24 mil toneladas, registrado em junho de 2020. A receita, por sua vez, totalizou o também recorde de US$ 122,54 milhões em outubro deste ano.

Projeção

Com uma área estimada em 1,5 milhão de hectares e uma recuperação da produtividade média saindo de 6.667 kg/ha para 7.012 kg/ha, uma vez que a safra passada foi marcada pela estiagem no Sul do país, a safra do cereal está estimada em 10,6 milhões de toneladas.

Diante disso, o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma queda do consumo nacional de arroz. Isso ocorre em razão da perspectiva de recuperação econômica, dado o fato de o arroz possuir uma elasticidade-renda negativa.

Além disso, diante de um cenário de menor disponibilidade do grão e tendência de melhores preços internos. As estimativas de exportação também diminuíram para 1,3 milhão de toneladas. Com isso, a perspectiva é de leve retração do estoque de passagem para 2,0 milhão de toneladas ao final de 2023.